terça-feira, agosto 22, 2006

Vocês já foram a uma Lan House?

Lá na empresa o acesso a alguns sites (como o Rapidshare) é bloqueado. Então quando quero acessar alguma coisa desses sites proibidos, acesso a web pelo notebook via linha discada.

Mas baixar arquivos pesados via linha discada é Soda. Para poder baixar alguns Cd's de forró daqui, semana passada fui até uma Casa de Ovelha, digo, Lan House lá no morro para baixar o novo cd do forró real 2006, acessar pornografia e fazer outras coisas ilícitas e divertidas que a Web nos proporciona em geral.

A impressão que tive do lugar merece até um palavrão que começa com a letra tê: TASQUEOPARIU!!! O lugar é surreal, brother! Imagina o seguinte: Vocês já foram no balneário do companhia dia de segunda-feira? Quem já foi sabe que lá é o pior lugar -disparado- de Manaus para se divertir. Quer dizer, diversão eu só tive porque pude verificar que posso me tornar um Brad Pitt amazônico a qualquer momento, basta me comparar com qualquer pessoa que frequente aquele lugar. E pense num local desorganizado (mais até do que o meu quarto, que não vê uma vassoura desde janeiro que foi quando eu mudei pra lá): A bilheteria é uma zona, não tem fila e você compra o seu ingresso no grito, lá dentro a bagunça é generalizada, neguim jogando cerveja p/ cima, garrafas de vidro quebradas no chão, som de péssima qualidade berrando uns 20.000 watts totalmente distorcidos em nossos ouvidos, o chão é um lameiro que faria um carro de rali 4x4 atolar, a mulherada é horrível -ou quando é bonitinha é aleijada, que o diga o meu amigo Mauro Souza- todo mundo suado e empurra-empurra geral.

Pois é. Imaginaram como é o Balneário do Companhia? Então o Balneário, comparado a uma Lan House, é um templo budista a 800 metros de altura na face norte do Himalaia no inverno com metade dos monges dormindo e a outra metade em coma profundo e você ainda está com protetor de ouvidos. Não estou exagerando não, vocês não tem noção de como o negócio lá é bagunçado.

Vou tentar descrever um pouquinho, mas só um pouquinho, o lugar: Um ambiente de mais ou menos 30 m2, totalmente fechado com um split de uns 1.500 btus com o filtro sujo -ou seja, temperatura ambiente de pelo menos 48 graus e um fedor de suor que só com máscara de gases e um escafandro se tornaria minimamente aturável-, cujo chão não vê uma vassoura a pelo menos 6 meses, com 3 dezenas de computadores ligados e pelo menos o dobro disso de crianças remelentas e adolescentes cujas faces tinham tanta espinha que fariam uma rua do centro da faixa de gaza recentemente bombardeada parecer um tapete persa de tão lisa.

Mas, como eu queria experimentar o lugar, sai um pouquinho, respirei fundo e entrei novamente. Fui até o balcão e perguntei para o atendente quanto custava uma hora de acesso à internet. O idiota -ou "a" idiota, o sexo do/a infeliz não consegui descobrir até hoje- esperou terminar a partida de Ages Of Empires, que ele perdeu e acho que colocou a culpa em mim pelo olhar diredionado e disse: Um e meio real, tio. Tasquepariu de novo, detesto ser chamado de tio. Mas como qualquer opinião daquele/a idiota seria irrelevante naquele momento, paguei, fiz um cadastro simples e fui p/ computador número 16, que tava quebrado, e então mandaram eu ir para o 18, que quando consegui me conectar chegou um cara que disse que ia consertar a parada da rembiboca da parafuseta engenehirada a laser que tava com problema. Até então ainda estava conseguindo respirar, e fui para um outro computador lá no fundo que não lembro o número agora. Acessei o esquema da parada lá, fiquei baixando uns cd's e lendo alguns e-mail's, enquanto observava novamente o ambiente. Lembra de quando eu disse que tinha uns 60 pivetes? subestimei a quantidade. Deviam haver pelo menos uns 80 e cada um gritando mais alto que o outro. Faz o seguinte: da próxima vez que você me ver por aí com meu carro com o som ligado, chega de lado bem pertinho do alto falante, com uma orelha bem coladinha mesmo, pede para eu aumentar o volume mais um pouquinho e fica dando tapas bem fortes na outra orelha. Isso aí ainda não é nada perto do incômodo do barulho de oitenta pivetes, aborrescentes e pré-aborrescentes espremidos dentro de um forno.

Então gastei 3 reais (puxa, 1 cerveja) e não fiquei 30 minutos no lugar. Não consegui baixar a porra do CD e não vou conseguir fazer vocês imaginarem realmente como é lá, então vou parar por aqui. Mas, assim como plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro todos deveríamos fazer nesta vida, a visita a uma Lan House deveria ser obrigatória também.